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Baú Digital

Baú Digital

Posto mesmo. Eis aqui o meu baú digital, um blog que serve de cofre para tudo que é feito para durar - mas claro, no ciberespaço, onde “durar” é tão efêmero quanto um clique. Nele, guardo relíquias que talvez só eu considere tesouros: fotografias pixeladas de momentos que o mundo já esqueceu, posts que ninguém lê, e comentários de bots apaixonados por suas próprias URLs. Este baú virtual vive amontoado de tralhas digitais, cada arquivo carregando suas próprias histórias, prometendo um eterno retorno ao nada.

Aqui, em meu pequeno nicho da internet, nada se perde - afinal, o Google nunca esquece; e nada se renova, exceto, talvez, os formatos de arquivo. Mas e a minha própria memória, essa velha amiga caprichosa? Limitada por natureza, sim, e talvez por isso eu escreva. O blog é minha maneira de trapacear o esquecimento, de pegar carona na imortalidade digital, mesmo que na prática sirva apenas para alimentar a nostalgia de um futuro eu.

Ah, memória! Que ironia que, tentando escapar de ti, acabo por eternizar-te em palavras que talvez ninguém leia. Cada novo post é como o raiar do dia em cada amanhecer: cheio de promessas, na esperança vã de que hoje, talvez hoje, alguém além de mim (e dos bots) preste atenção. Nas tralhas deste blog, nas memórias que aqui deposito, ecoa o riso do universo - pois quem, além de mim, guarda a eternidade em um servidor alugado?

E enquanto o mundo gira e os dias se sucedem, aqui estou eu, na frente da tela, explorando, redescobrindo, reinventando as histórias passadas, prontas para serem lidas ou ignoradas. Este é o meu baú, minha arena, meu pequeno palco para dançar com as palavras - e, quem sabe, enganar o tempo, pelo menos por um post.

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