Post

Logging, Monitoramento e Troubleshooting de Servidores DNS BIND

Logging, Monitoramento e Troubleshooting de Servidores DNS BIND

Este é o sexto artigo de nossa série sobre implementação e configuração do DNS BIND no Oracle Linux 9. Nos artigos anteriores, abordamos os conceitos fundamentais do DNS, a instalação e configuração básica, a configuração de zonas DNS, a implementação de views e DNS Split-Horizon e a segurança e hardening. Agora, vamos explorar técnicas avançadas de logging, monitoramento e troubleshooting.

Introdução

Um servidor DNS bem configurado e seguro é apenas o começo. Para garantir operações confiáveis e de alta disponibilidade, é essencial implementar logging adequado, monitoramento contínuo e conhecer técnicas eficazes de troubleshooting.

O logging fornece visibilidade sobre o funcionamento do servidor, ajudando a identificar problemas, detectar atividades suspeitas e entender padrões de uso. O monitoramento permite acompanhar o desempenho e a disponibilidade em tempo real, alertando sobre problemas antes que afetem os usuários. E o troubleshooting eficaz permite resolver rapidamente problemas quando eles ocorrem, minimizando o impacto nos serviços.

Neste artigo, abordaremos técnicas avançadas de logging, monitoramento e troubleshooting para servidores DNS BIND no Oracle Linux 9. Vamos explorar desde a configuração detalhada de logging até ferramentas de monitoramento e métodos sistemáticos para diagnóstico e resolução de problemas.

Configuração Avançada de Logging no BIND

O BIND oferece um sistema de logging flexível e poderoso que permite direcionar diferentes tipos de mensagens para diferentes destinos e com diferentes níveis de detalhamento.

Conceitos Fundamentais de Logging no BIND

O sistema de logging do BIND é baseado em dois conceitos principais:

  1. Canais (Channels): Definem para onde as mensagens de log são enviadas (arquivos, syslog, stderr) e como são formatadas
  2. Categorias (Categories): Definem quais tipos de mensagens são registradas em quais canais

Configuração de Canais de Log

Os canais de log definem o destino e o formato das mensagens. Vamos explorar diferentes tipos de canais:

Canais de Arquivo

Os canais de arquivo direcionam mensagens para arquivos específicos:

1
2
3
4
5
6
7
channel file_channel {
    file "/var/log/named/example.log" versions 3 size 5m;
    severity info;
    print-time yes;
    print-severity yes;
    print-category yes;
};

Parâmetros importantes:

  • file: Caminho do arquivo de log
  • versions: Número de versões antigas a manter
  • size: Tamanho máximo antes da rotação
  • severity: Nível mínimo de severidade a registrar
  • print-time: Incluir timestamp nas mensagens
  • print-severity: Incluir nível de severidade nas mensagens
  • print-category: Incluir categoria nas mensagens

Canais Syslog

Os canais syslog direcionam mensagens para o sistema de log do sistema operacional:

1
2
3
4
5
channel syslog_channel {
    syslog daemon;
    severity notice;
    print-category yes;
};

Parâmetros importantes:

  • syslog: Facility do syslog (kern, user, mail, daemon, auth, etc.)
  • severity: Nível mínimo de severidade a registrar

Canal Null

O canal null descarta mensagens, útil para silenciar categorias específicas:

1
2
3
channel null_channel {
    null;
};

Canal stderr

O canal stderr envia mensagens para a saída de erro padrão:

1
2
3
4
5
channel stderr_channel {
    stderr;
    severity error;
    print-time yes;
};

Níveis de Severidade

O BIND suporta os seguintes níveis de severidade, em ordem decrescente de gravidade:

  1. critical: Condições críticas que exigem atenção imediata
  2. error: Condições de erro que podem afetar a funcionalidade
  3. warning: Condições que podem indicar problemas futuros
  4. notice: Eventos normais, mas significativos
  5. info: Informações gerais sobre o funcionamento
  6. debug [level]: Mensagens de depuração (com níveis de 1 a 3)
  7. dynamic: Ajusta automaticamente o nível baseado na carga do servidor

Configuração de Categorias de Log

As categorias de log definem quais tipos de eventos são registrados em quais canais:

1
2
3
4
category default { default_channel; };
category general { general_channel; };
category queries { query_channel; };
category security { security_channel; };
+-----------------------+
| Evento DNS Ocorre     |
| (e.g., Consulta, Erro)|
+-----------+-----------+
            |
            V
+-----------+-----------+
| BIND Determina Categoria |
| (e.g., queries, security)|
+-----------+-----------+
            |
            V
+-----------+-----------+
| BIND Verifica Configuração |
| logging { category ... } |
+-----------+-----------+
            |
            V
+-----------+-----------+
| Mensagem Enviada para  |
| Canais Associados      |
| (e.g., query_log,     |
|        security_log)   |
+-----+-----+-----+-----+
      |           |
      V           V
+-----+-----+ +-----+-----+
| Canal A     | Canal B     |
| (e.g., file)| (e.g., syslog)|
+-----+-----+ +-----+-----+
      |           |
      V           V
+-----+-----+ +-----+-----+
| Destino A   | Destino B   |
| (Arquivo)   | (Syslog)    |
+-------------+-------------+

Figura 1: Fluxo de Logging no BIND (Categorias e Canais)

O BIND suporta muitas categorias, incluindo:

  • default: Mensagens que não se encaixam em outras categorias
  • general: Mensagens gerais sobre o funcionamento do servidor
  • config: Mensagens relacionadas à configuração
  • client: Mensagens sobre clientes específicos
  • database: Mensagens sobre o banco de dados interno
  • dnssec: Mensagens relacionadas a DNSSEC
  • network: Mensagens sobre operações de rede
  • queries: Consultas DNS recebidas
  • resolver: Mensagens sobre o processo de resolução
  • security: Eventos relacionados à segurança
  • update: Atualizações dinâmicas
  • xfer-in: Transferências de zona recebidas
  • xfer-out: Transferências de zona enviadas

Configuração Completa de Logging

Vamos criar uma configuração de logging abrangente para um servidor DNS em produção:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
logging {
    // Canal para mensagens gerais
    channel general_log {
        file "/var/log/named/general.log" versions 5 size 20m;
        severity info;
        print-time yes;
        print-severity yes;
        print-category yes;
    };
    
    // Canal para mensagens de segurança
    channel security_log {
        file "/var/log/named/security.log" versions 5 size 20m;
        severity info;
        print-time yes;
        print-severity yes;
        print-category yes;
    };
    
    // Canal para consultas
    channel query_log {
        file "/var/log/named/query.log" versions 5 size 50m;
        severity info;
        print-time yes;
    };
    
    // Canal para erros
    channel error_log {
        file "/var/log/named/error.log" versions 5 size 20m;
        severity error;
        print-time yes;
        print-severity yes;
        print-category yes;
    };
    
    // Canal para depuração (ativado apenas quando necessário)
    channel debug_log {
        file "/var/log/named/debug.log" versions 2 size 50m;
        severity dynamic;
        print-time yes;
        print-severity yes;
        print-category yes;
    };
    
    // Canal para syslog (mensagens críticas)
    channel syslog_critical {
        syslog daemon;
        severity critical;
    };
    
    // Canal null para silenciar categorias específicas
    channel null {
        null;
    };
    
    // Atribuição de categorias a canais
    category default { general_log; };
    category general { general_log; };
    category config { general_log; };
    category client { general_log; };
    category network { general_log; };
    
    category queries { query_log; };
    
    category security { security_log; syslog_critical; };
    category dnssec { security_log; };
    category update { security_log; };
    category update-security { security_log; };
    category xfer-in { security_log; };
    category xfer-out { security_log; };
    
    category resolver { error_log; };
    category edns-disabled { error_log; };
    category rate-limit { error_log; };
    category lame-servers { error_log; };
    
    category database { debug_log; };
    category unmatched { debug_log; };
    
    // Silenciar categorias muito verbosas em produção
    category notify { null; };
};

Rotação de Logs

Embora o BIND tenha recursos internos de rotação de logs (parâmetros versions e size), é uma boa prática configurar também o logrotate para garantir que os logs não consumam espaço em disco excessivo:

1
sudo vi /etc/logrotate.d/named

Adicione a seguinte configuração:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
/var/log/named/*.log {
    daily
    missingok
    rotate 30
    compress
    delaycompress
    notifempty
    create 0640 named named
    sharedscripts
    postrotate
        /usr/bin/systemctl reload named.service > /dev/null 2>&1 || true
    endscript
}

Esta configuração:

  • Rotaciona os logs diariamente
  • Mantém 30 versões antigas
  • Comprime logs antigos
  • Preserva permissões e propriedade
  • Recarrega o serviço named após a rotação

Análise de Logs DNS

Os logs do DNS são uma fonte valiosa de informações para diagnóstico, monitoramento e segurança. Vamos explorar técnicas para extrair insights desses logs.

Ferramentas Básicas de Análise de Logs

Análise com Grep

O grep é uma ferramenta poderosa para filtrar logs:

1
2
3
4
5
6
7
8
# Encontrar erros
grep "error" /var/log/named/general.log

# Encontrar tentativas de transferência de zona não autorizadas
grep "denied" /var/log/named/security.log | grep "transfer"

# Encontrar consultas para um domínio específico
grep "example.com" /var/log/named/query.log

Análise com Awk

O awk é útil para extrair e processar campos específicos:

1
2
3
4
5
6
7
8
# Contar consultas por domínio
awk '{print $6}' /var/log/named/query.log | sort | uniq -c | sort -nr | head -10

# Identificar clientes que fazem muitas consultas
awk '{print $4}' /var/log/named/query.log | sort | uniq -c | sort -nr | head -10

# Calcular a taxa de consultas por minuto
awk '{print substr($1,1,14)}' /var/log/named/query.log | uniq -c

Análise com Sed

O sed é útil para transformar e filtrar texto:

1
2
3
4
5
# Extrair apenas a parte da mensagem de erro
sed -n 's/.*error: \(.*\)/\1/p' /var/log/named/error.log

# Converter timestamps para um formato específico
sed 's/\([0-9]\{2\}-[A-Za-z]\{3\}-[0-9]\{4\} [0-9]\{2\}:[0-9]\{2\}:[0-9]\{2\}\).\{4\}/\1/' /var/log/named/general.log

Ferramentas Avançadas de Análise de Logs

ELK Stack (Elasticsearch, Logstash, Kibana)

O ELK Stack é uma solução poderosa para análise centralizada de logs:

  1. Elasticsearch: Armazena e indexa logs
  2. Logstash: Coleta, processa e encaminha logs
  3. Kibana: Interface web para visualização e análise

Configuração básica do Filebeat para enviar logs do BIND para o ELK:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
# /etc/filebeat/filebeat.yml
filebeat.inputs:
- type: log
  enabled: true
  paths:
    - /var/log/named/*.log
  tags: ["bind", "dns"]
  fields:
    server_role: "dns"
    environment: "production"
  fields_under_root: true

processors:
  - add_host_metadata: ~
  - add_cloud_metadata: ~

output.elasticsearch:
  hosts: ["elasticsearch-server:9200"]
  index: "filebeat-dns-%{+yyyy.MM.dd}"

Graylog

O Graylog é outra solução popular para gerenciamento centralizado de logs:

1
2
# Instalar e configurar rsyslog para enviar logs para Graylog
sudo vi /etc/rsyslog.d/90-graylog.conf

Adicione:

1
2
3
4
5
# Enviar logs do BIND para Graylog
if $programname == 'named' then {
    action(type="omfwd" target="graylog-server" port="514" protocol="tcp")
    stop
}

DNSViz

O DNSViz é uma ferramenta para análise e visualização de configurações DNSSEC:

1
2
3
4
5
6
7
# Instalar DNSViz
sudo dnf install python3-pip -y
sudo pip3 install dnsviz

# Analisar um domínio
dnsviz probe example.com
dnsviz graph -Tpng -o example.com.png example.com

Padrões Comuns em Logs DNS

Conhecer padrões comuns em logs DNS ajuda a identificar problemas rapidamente:

Padrões de Consulta Normal

1
client 192.168.200.10#54321 (example.com): query: example.com IN A +E(0)K (192.168.200.49)

Componentes:

  • client IP#port: Endereço IP e porta do cliente
  • query: Tipo de operação
  • domain name: Nome consultado
  • IN: Classe (Internet)
  • A: Tipo de registro
  • +E(0)K: Flags (EDNS, DNSSEC OK)
  • (server IP): Endereço IP do servidor que recebeu a consulta

Padrões de Erro

1
error (no valid RRSIG) resolving 'example.com/DNSKEY/IN': 2001:db8::53#53

Este erro indica um problema com a validação DNSSEC.

1
client 192.168.200.10#54321: query (cache) 'example.com/A/IN' denied

Este erro indica que uma consulta foi negada devido a restrições de ACL.

Padrões de Segurança

1
client 203.0.113.10#54321 (example.com): zone transfer 'example.com/AXFR/IN' denied

Este log indica uma tentativa não autorizada de transferência de zona.

1
client 203.0.113.10#54321: update 'example.com/IN' denied

Este log indica uma tentativa não autorizada de atualização dinâmica.

Monitoramento de Servidores DNS

O monitoramento contínuo é essencial para garantir a disponibilidade, desempenho e segurança dos servidores DNS.

Métricas Importantes para Monitoramento

Métricas de Disponibilidade

  • Tempo de atividade do serviço: Porcentagem de tempo em que o serviço está disponível
  • Latência de resposta: Tempo para responder a consultas
  • Taxa de sucesso: Porcentagem de consultas respondidas com sucesso

Métricas de Desempenho

  • Consultas por segundo (QPS): Número de consultas processadas por segundo
  • Utilização de CPU e memória: Recursos consumidos pelo processo named
  • Tamanho do cache: Utilização do cache de DNS
  • Taxa de acertos de cache: Porcentagem de consultas respondidas a partir do cache

Métricas de Segurança

  • Tentativas de transferência de zona não autorizadas: Possíveis tentativas de reconhecimento
  • Consultas recusadas: Consultas negadas devido a restrições de ACL
  • Taxa de consultas por cliente: Identificar possíveis ataques de DoS
  • Consultas para domínios inexistentes (NXDOMAIN): Possíveis tentativas de DNS tunneling

Ferramentas de Monitoramento

Monitoramento com RNDC Stats

O RNDC (Remote Name Daemon Control) permite gerar estatísticas do BIND:

1
2
3
4
5
# Gerar estatísticas
sudo rndc stats

# Visualizar estatísticas
cat /var/named/data/named_stats.txt

Para automatizar a coleta de estatísticas:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
#!/bin/bash
# Script para coletar estatísticas do BIND periodicamente

STATS_DIR="/var/named/data/stats_history"
mkdir -p $STATS_DIR

# Gerar estatísticas
sudo rndc stats

# Copiar para arquivo com timestamp
TIMESTAMP=$(date +%Y%m%d%H%M%S)
cp /var/named/data/named_stats.txt $STATS_DIR/named_stats_$TIMESTAMP.txt

# Manter apenas os últimos 100 arquivos
ls -t $STATS_DIR/named_stats_*.txt | tail -n +101 | xargs rm -f

Monitoramento com Prometheus e Grafana

O Prometheus é uma plataforma de monitoramento de código aberto, e o Grafana é uma plataforma de visualização.

Primeiro, instale e configure o exportador BIND para Prometheus:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
# Instalar Go
sudo dnf install golang -y

# Instalar o exportador BIND
sudo go install github.com/prometheus-community/bind_exporter@latest
sudo cp ~/go/bin/bind_exporter /usr/local/bin/

# Criar serviço systemd
sudo vi /etc/systemd/system/bind_exporter.service

Adicione:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
[Unit]
Description=BIND Exporter
After=network.target

[Service]
Type=simple
User=named
ExecStart=/usr/local/bin/bind_exporter --bind.stats-url=http://localhost:8080/
Restart=always

[Install]
WantedBy=multi-user.target

Configure o BIND para expor estatísticas:

1
2
3
4
5
6
options {
    // ...
    statistics-channels {
        inet 127.0.0.1 port 8080 allow { 127.0.0.1; };
    };
};

Inicie e habilite o serviço:

1
sudo systemctl enable --now bind_exporter

Configure o Prometheus para coletar métricas do exportador:

1
2
3
4
5
# /etc/prometheus/prometheus.yml
scrape_configs:
  - job_name: 'bind'
    static_configs:
      - targets: ['localhost:9119']

Crie um dashboard no Grafana para visualizar as métricas.

Monitoramento com Nagios/Icinga

O Nagios e o Icinga são plataformas de monitoramento populares que podem monitorar servidores DNS.

Exemplo de comando de verificação para o Nagios:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
define command {
    command_name    check_dns
    command_line    $USER1$/check_dns -H example.com -s $HOSTADDRESS$
}

define service {
    use                 generic-service
    host_name           dns-server
    service_description DNS Service
    check_command       check_dns
}

Para monitoramento mais avançado, você pode usar scripts personalizados:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
#!/bin/bash
# Script para verificar a saúde do servidor DNS

# Verificar se o serviço está em execução
systemctl is-active named > /dev/null
if [ $? -ne 0 ]; then
    echo "CRITICAL: Serviço named não está em execução"
    exit 2
fi

# Verificar resolução de um domínio interno
dig @localhost example.com +short > /dev/null
if [ $? -ne 0 ]; then
    echo "CRITICAL: Falha ao resolver domínio interno"
    exit 2
fi

# Verificar resolução de um domínio externo
dig @localhost google.com +short > /dev/null
if [ $? -ne 0 ]; then
    echo "WARNING: Falha ao resolver domínio externo"
    exit 1
fi

# Verificar carga do servidor
LOAD=$(uptime | awk -F'load average:' '{print $2}' | awk -F, '{print $1}' | tr -d ' ')
if (( $(echo "$LOAD > 5.0" | bc -l) )); then
    echo "WARNING: Carga do servidor alta: $LOAD"
    exit 1
fi

echo "OK: Servidor DNS funcionando normalmente"
exit 0

Alertas e Notificações

Configure alertas para ser notificado sobre problemas antes que afetem os usuários:

Alertas Baseados em Logs

Use ferramentas como Logwatch ou scripts personalizados para gerar alertas baseados em logs:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
#!/bin/bash
# Script para alertar sobre eventos de segurança nos logs do BIND

LOG_FILE="/var/log/named/security.log"
ALERT_EMAIL="admin@example.com"
TEMP_FILE="/tmp/dns_security_alerts.txt"

# Verificar tentativas de transferência de zona não autorizadas
XFER_ATTEMPTS=$(grep "denied" $LOG_FILE | grep "transfer" | wc -l)
if [ $XFER_ATTEMPTS -gt 10 ]; then
    echo "ALERTA: $XFER_ATTEMPTS tentativas de transferência de zona não autorizadas detectadas" >> $TEMP_FILE
fi

# Verificar tentativas de atualização dinâmica não autorizadas
UPDATE_ATTEMPTS=$(grep "denied" $LOG_FILE | grep "update" | wc -l)
if [ $UPDATE_ATTEMPTS -gt 5 ]; then
    echo "ALERTA: $UPDATE_ATTEMPTS tentativas de atualização dinâmica não autorizadas detectadas" >> $TEMP_FILE
fi

# Enviar alerta se houver eventos
if [ -s $TEMP_FILE ]; then
    mail -s "Alertas de Segurança DNS" $ALERT_EMAIL < $TEMP_FILE
fi

rm -f $TEMP_FILE

Alertas Baseados em Métricas

Configure alertas no Prometheus/Grafana ou Nagios/Icinga baseados em métricas:

Exemplo de regra de alerta no Prometheus:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
groups:
- name: dns_alerts
  rules:
  - alert: HighDNSQueryRate
    expr: rate(bind_incoming_queries_total[5m]) > 1000
    for: 5m
    labels:
      severity: warning
    annotations:
      summary: "Alta taxa de consultas DNS"
      description: "O servidor DNS está processando mais de 1000 consultas por segundo por 5 minutos"

  - alert: DNSServiceDown
    expr: up{job="bind"} == 0
    for: 1m
    labels:
      severity: critical
    annotations:
      summary: "Serviço DNS inativo"
      description: "O serviço DNS está inativo ou não responde"

Troubleshooting de Servidores DNS

O troubleshooting eficaz é essencial para resolver problemas rapidamente e minimizar o impacto nos serviços.

Metodologia de Troubleshooting

Uma abordagem sistemática para troubleshooting de DNS inclui:

  1. Identificar o problema: Definir claramente o que está errado
  2. Coletar informações: Logs, configurações, saída de comandos de diagnóstico
  3. Analisar dados: Identificar padrões e possíveis causas
  4. Formular hipóteses: Desenvolver teorias sobre a causa do problema
  5. Testar hipóteses: Verificar cada teoria metodicamente
  6. Implementar solução: Aplicar a correção
  7. Verificar resolução: Confirmar que o problema foi resolvido
  8. Documentar: Registrar o problema, causa e solução
+-----------------------------+
| Problema Detectado          |
| (e.g., Falha na Resolução)  |
+-------------+---------------+
              | 
              V
+-------------+---------------+
| 1. Definir Problema       |
|    (Sintomas Exatos)      |
+-------------+---------------+
              | 
              V
+-------------+---------------+
| 2. Coletar Informações    |
|    (Logs, Status, Testes) |
+-------------+---------------+
              | 
              V
+-------------+---------------+
| 3. Formular Hipóteses     |
|    (Possíveis Causas)     |
+-------------+---------------+
              | 
              V
+-------------+---------------+
| 4. Testar Hipótese 1      | ----> [Resolveu?] --(Não)--> Testar Hipótese 2...
+-------------+---------------+
              | (Sim)
              V
+-------------+---------------+
| 5. Implementar Solução    |
+-------------+---------------+
              | 
              V
+-------------+---------------+
| 6. Verificar Solução      |
|    (Problema Resolvido?)  |
+-------------+---------------+
              | (Sim)
              V
+-------------+---------------+
| 7. Documentar             |
|    (Problema, Causa, Solução)|
+-----------------------------+

Figura 2: Fluxograma de Troubleshooting Sistemático

Ferramentas de Troubleshooting

Ferramentas de Diagnóstico

Ferramentas Básicas

dig (Domain Information Groper)

O dig é uma ferramenta versátil para consultas DNS:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
# Consulta básica
dig example.com

# Especificar servidor DNS
dig @192.168.200.49 example.com

# Especificar tipo de registro
dig example.com MX

# Consulta reversa
dig -x 192.168.200.10

# Consulta com rastreamento (+trace)
dig +trace example.com

# Consulta com estatísticas (+stats)
dig +stats example.com

# Consulta com resposta curta (+short)
dig +short example.com

# Consulta com todas as informações (+all)
dig +all example.com

# Consulta com DNSSEC (+dnssec)
dig +dnssec example.com

# Transferência de zona (AXFR)
dig @192.168.200.49 example.com AXFR
host

O host é uma ferramenta simples para consultas DNS:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
# Consulta básica
host example.com

# Especificar servidor DNS
host example.com 192.168.200.49

# Consulta reversa
host 192.168.200.10

# Consulta detalhada (-v)
host -v example.com
nslookup

O nslookup é outra ferramenta para consultas DNS:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
# Consulta básica
nslookup example.com

# Especificar servidor DNS
nslookup example.com 192.168.200.49

# Modo interativo
nslookup
> server 192.168.200.49
> set type=MX
> example.com
rndc (Remote Name Daemon Control)

O rndc permite controlar o servidor BIND:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
# Verificar status
sudo rndc status

# Recarregar configuração
sudo rndc reload

# Recarregar zona específica
sudo rndc reload example.com

# Limpar cache
sudo rndc flush

# Limpar cache de um domínio específico
sudo rndc flushname example.com

# Gerar estatísticas
sudo rndc stats

# Parar o servidor
sudo rndc stop

# Iniciar o servidor
sudo rndc start

Ferramentas Avançadas

named-checkconf

O named-checkconf verifica a sintaxe do arquivo de configuração:

1
2
3
4
5
6
7
8
# Verificar sintaxe
sudo named-checkconf

# Verificar sintaxe e carregar zonas
sudo named-checkconf -z

# Imprimir configuração processada
sudo named-checkconf -p
named-checkzone

O named-checkzone verifica a sintaxe de arquivos de zona:

1
2
3
4
5
# Verificar zona
sudo named-checkzone example.com /var/named/zones/example.com.zone

# Verificar zona com opções adicionais
sudo named-checkzone -i local -S warn example.com /var/named/zones/example.com.zone
dnstap

O dnstap é um sistema de captura e registro de tráfego DNS:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
# Configurar dnstap no BIND
options {
    // ...
    dnstap { client; auth; resolver; forwarder; };
    dnstap-output file "/var/named/data/dnstap.log";
    dnstap-identity "ns1.example.com";
    dnstap-version "BIND 9";
};

# Instalar ferramenta de análise dnstap
sudo dnf install dnstap-utils -y

# Analisar arquivo dnstap
dnstap-read /var/named/data/dnstap.log
tcpdump

O tcpdump pode capturar e analisar tráfego DNS:

1
2
3
4
5
# Capturar tráfego DNS
sudo tcpdump -i any -s0 -w /tmp/dns.pcap port 53

# Analisar tráfego DNS capturado
sudo tcpdump -r /tmp/dns.pcap -n port 53
Wireshark

O Wireshark oferece análise detalhada de pacotes DNS:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
# Instalar Wireshark
sudo dnf install wireshark -y

# Capturar tráfego DNS
sudo tshark -i any -w /tmp/dns.pcap port 53

# Filtrar tráfego DNS no Wireshark
dns
dns.qry.name contains "example.com"
dns.flags.rcode == 3  # NXDOMAIN

Problemas Comuns e Soluções

Problema: Servidor DNS Não Inicia

Sintomas:

  • O serviço named não inicia
  • Mensagens de erro no journalctl

Verificações:

1
2
3
4
5
6
7
8
# Verificar status do serviço
sudo systemctl status named

# Verificar logs
sudo journalctl -u named

# Verificar sintaxe da configuração
sudo named-checkconf

Possíveis Causas e Soluções:

  1. Erro de sintaxe na configuração:
    • Corrija os erros identificados pelo named-checkconf
    • Verifique se todos os blocos têm chaves de fechamento e ponto e vírgula
  2. Permissões incorretas:
    • Verifique permissões de arquivos e diretórios
    • Corrija com chown e chmod
  3. Problemas com SELinux:
    • Verifique mensagens de negação do SELinux
    • Corrija contextos com restorecon
    • Ajuste booleans com setsebool
  4. Porta 53 já em uso:
    • Verifique se outro processo está usando a porta 53
    • sudo ss -tulpn | grep :53
    • Pare o processo conflitante ou reconfigure o BIND para usar outra porta

Problema: Falha na Resolução de Nomes

Sintomas:

  • Consultas DNS falham
  • Mensagens “SERVFAIL” ou “NXDOMAIN” inesperadas

Verificações:

1
2
3
4
5
6
7
8
# Testar resolução
dig @localhost example.com

# Verificar logs
sudo tail -f /var/log/named/general.log

# Verificar zona
sudo named-checkzone example.com /var/named/zones/example.com.zone

Possíveis Causas e Soluções:

  1. Arquivo de zona com erros:
    • Corrija erros no arquivo de zona
    • Verifique se o serial foi incrementado após alterações
  2. Problemas de permissão:
    • Verifique se o named pode ler os arquivos de zona
    • Corrija permissões com chown e chmod
  3. Problemas de recursão:
    • Verifique se a recursão está habilitada para o cliente
    • Verifique conectividade com a Internet para consultas externas
  4. Problemas de DNSSEC:
    • Verifique se há erros de validação DNSSEC
    • Considere desabilitar temporariamente a validação DNSSEC para diagnóstico

Problema: Transferências de Zona Falham

Sintomas:

  • Servidores secundários não recebem atualizações
  • Mensagens de erro relacionadas a transferências de zona

Verificações:

1
2
3
4
5
6
7
8
# Verificar logs no servidor primário
sudo grep "transfer" /var/log/named/security.log

# Verificar logs no servidor secundário
sudo grep "transfer" /var/log/named/general.log

# Testar transferência manualmente
dig @primary_server example.com AXFR

Possíveis Causas e Soluções:

  1. Restrições de ACL:
    • Verifique se o servidor secundário está na ACL allow-transfer
    • Corrija a configuração e recarregue
  2. Problemas com TSIG:
    • Verifique se as chaves TSIG estão corretas em ambos os servidores
    • Verifique se o horário está sincronizado entre os servidores
  3. Problemas de rede:
    • Verifique conectividade entre os servidores
    • Verifique firewall e regras de roteamento
  4. Problemas de permissão:
    • Verifique se o servidor secundário pode escrever no diretório de zonas
    • Corrija permissões com chown e chmod

Problema: Desempenho Lento

Sintomas:

  • Consultas DNS demoram para ser respondidas
  • Alta utilização de CPU ou memória

Verificações:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
# Verificar estatísticas
sudo rndc stats
cat /var/named/data/named_stats.txt

# Verificar utilização de recursos
top -p $(pidof named)

# Verificar conexões
sudo ss -anp | grep named

Possíveis Causas e Soluções:

  1. Cache insuficiente:
    • Aumente o tamanho do cache na configuração
    • max-cache-size 256M;
  2. Muitas consultas recursivas:
    • Implemente caching forwarders
    • Restrinja recursão apenas a clientes autorizados
  3. Ataques DoS:
    • Implemente rate limiting
    • Bloqueie IPs ofensores no firewall
  4. Problemas de hardware:
    • Verifique se o servidor tem recursos suficientes
    • Considere atualizar hardware ou distribuir carga

Problema: Problemas de DNSSEC

Sintomas:

  • Falhas de validação DNSSEC
  • Mensagens “SERVFAIL” para domínios assinados

Verificações:

1
2
3
4
5
6
7
8
# Verificar validação DNSSEC
dig @localhost example.com +dnssec

# Verificar logs
sudo grep "DNSSEC" /var/log/named/security.log

# Verificar configuração DNSSEC
sudo named-checkconf | grep dnssec

Possíveis Causas e Soluções:

  1. Chaves DNSSEC expiradas:
    • Gere novas chaves e assine a zona novamente
    • Atualize registros DS na zona pai
  2. Problemas de validação:
    • Verifique se a cadeia de confiança está completa
    • Use ferramentas como DNSViz para diagnóstico
  3. Configuração incorreta:
    • Verifique se dnssec-validation está configurado corretamente
    • Verifique se as chaves estão no diretório correto
  4. Problemas temporários:
    • Considere desabilitar temporariamente a validação DNSSEC para diagnóstico
    • Reative após resolver o problema

Scripts de Diagnóstico

Aqui está um script abrangente para diagnóstico de servidores DNS:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111
112
113
#!/bin/bash
# Script de diagnóstico para servidores DNS BIND

echo "=== Diagnóstico de Servidor DNS BIND ==="
echo "Data: $(date)"
echo "Hostname: $(hostname)"
echo

echo "=== Informações do Sistema ==="
uname -a
echo

echo "=== Versão do BIND ==="
named -v
echo

echo "=== Status do Serviço ==="
systemctl status named
echo

echo "=== Configuração do BIND ==="
echo "Verificando sintaxe da configuração:"
named-checkconf
if [ $? -eq 0 ]; then
    echo "Sintaxe da configuração OK"
else
    echo "ERRO na sintaxe da configuração"
fi
echo

echo "=== Zonas Configuradas ==="
named-checkconf -z
echo

echo "=== Verificação de Portas ==="
ss -tulpn | grep named
echo

echo "=== Verificação de Processos ==="
ps aux | grep named
echo

echo "=== Utilização de Recursos ==="
echo "CPU e Memória:"
top -b -n 1 -p $(pidof named) | tail -n +7
echo
echo "Espaço em Disco:"
df -h /var/named
echo

echo "=== Verificação de Logs ==="
echo "Últimas 10 linhas de logs gerais:"
tail -n 10 /var/log/named/general.log
echo
echo "Últimas 10 linhas de logs de segurança:"
tail -n 10 /var/log/named/security.log
echo
echo "Últimas 10 linhas de logs de erro:"
tail -n 10 /var/log/named/error.log
echo

echo "=== Estatísticas do BIND ==="
rndc stats
echo "Últimas 20 linhas de estatísticas:"
tail -n 20 /var/named/data/named_stats.txt
echo

echo "=== Testes de Resolução ==="
echo "Teste de resolução local:"
dig @localhost localhost
echo
echo "Teste de resolução interna:"
dig @localhost example.com
echo
echo "Teste de resolução externa:"
dig @localhost google.com
echo
echo "Teste de resolução reversa:"
dig @localhost -x 127.0.0.1
echo

echo "=== Verificação de DNSSEC ==="
echo "Configuração DNSSEC:"
grep -i dnssec /etc/named.conf
echo
echo "Teste de validação DNSSEC:"
dig @localhost dnssec-tools.org +dnssec
echo

echo "=== Verificação de Rede ==="
echo "Interfaces de rede:"
ip addr
echo
echo "Tabela de roteamento:"
ip route
echo
echo "Regras de firewall:"
firewall-cmd --list-all
echo

echo "=== Verificação de SELinux ==="
echo "Status do SELinux:"
sestatus
echo
echo "Contextos SELinux para arquivos do BIND:"
ls -Z /etc/named.conf
ls -Z /var/named/zones
echo
echo "Booleans SELinux relacionados ao BIND:"
getsebool -a | grep named
echo

echo "=== Diagnóstico Concluído ==="

Otimização de Desempenho

Além de monitorar e resolver problemas, é importante otimizar o desempenho do servidor DNS.

Otimização de Cache

O cache é um componente crítico para o desempenho do DNS:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
options {
    // Configuração de cache
    max-cache-size 256M;
    max-cache-ttl 86400;  // 1 dia
    max-ncache-ttl 3600;  // 1 hora
    
    // Prefetch para melhorar desempenho
    prefetch 2 9;
    
    // ...
};

O parâmetro prefetch faz com que o BIND renove automaticamente registros populares antes que expirem, reduzindo a latência para consultas frequentes.

Otimização de Consultas

Configure o BIND para otimizar o processamento de consultas:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
options {
    // Otimização de consultas
    minimal-responses yes;
    minimal-any yes;
    
    // Limitar recursão
    max-recursion-depth 10;
    max-recursion-queries 100;
    
    // ...
};

Otimização de Transferências de Zona

Para servidores com muitas zonas ou zonas grandes:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
options {
    // Otimização de transferências de zona
    transfers-in 10;
    transfers-out 10;
    transfers-per-ns 2;
    
    // Compressão de transferências
    transfer-format many-answers;
    
    // ...
};

Otimização de Sistema

Além da configuração do BIND, otimize o sistema operacional:

1
2
# Aumentar limites de arquivos abertos
sudo vi /etc/security/limits.conf

Adicione:

1
2
named soft nofile 16384
named hard nofile 32768

Ajuste parâmetros de rede:

1
sudo vi /etc/sysctl.conf

Adicione:

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
# Aumentar tamanho do buffer de recepção UDP
net.core.rmem_max = 8388608
net.core.rmem_default = 262144

# Aumentar tamanho do buffer de envio UDP
net.core.wmem_max = 8388608
net.core.wmem_default = 262144

# Aumentar número máximo de conexões pendentes
net.core.somaxconn = 4096

# Aumentar intervalo de portas efêmeras
net.ipv4.ip_local_port_range = 1024 65535

Aplique as alterações:

1
sudo sysctl -p

Automação e Gerenciamento

A automação é essencial para gerenciar servidores DNS de forma eficiente, especialmente em ambientes com múltiplos servidores ou muitas zonas.

Automação com Scripts

Crie scripts para tarefas comuns:

Script para Adicionar Nova Zona

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
#!/bin/bash
# Script para adicionar nova zona DNS

# Parâmetros
DOMAIN=$1
IP_PRIMARY=$2
IP_SECONDARY=$3
ADMIN_EMAIL=$4

# Verificar parâmetros
if [ -z "$DOMAIN" ] || [ -z "$IP_PRIMARY" ] || [ -z "$IP_SECONDARY" ] || [ -z "$ADMIN_EMAIL" ]; then
    echo "Uso: $0 dominio ip_primario ip_secundario email_admin"
    exit 1
fi

# Criar arquivo de zona
cat > /var/named/zones/$DOMAIN.zone << EOF
\$TTL 86400
@       IN SOA  ns1.$DOMAIN. $ADMIN_EMAIL. (
                    $(date +%Y%m%d01)  ; Serial
                    10800       ; Refresh (3 hours)
                    3600        ; Retry (1 hour)
                    604800      ; Expire (1 week)
                    86400 )     ; Minimum TTL (1 day)

        IN NS   ns1.$DOMAIN.
        IN NS   ns2.$DOMAIN.

ns1     IN A    $IP_PRIMARY
ns2     IN A    $IP_SECONDARY
www     IN A    $IP_PRIMARY
EOF

# Definir permissões
chown root:named /var/named/zones/$DOMAIN.zone
chmod 640 /var/named/zones/$DOMAIN.zone
restorecon -v /var/named/zones/$DOMAIN.zone

# Adicionar zona ao named.conf
cat >> /etc/named.conf << EOF

zone "$DOMAIN" IN {
    type master;
    file "zones/$DOMAIN.zone";
    allow-transfer { dns_servers; };
    allow-update { none; };
};
EOF

# Verificar configuração
named-checkconf
if [ $? -ne 0 ]; then
    echo "Erro na configuração. Revertendo alterações."
    sed -i "/zone \"$DOMAIN\"/,/};/d" /etc/named.conf
    rm -f /var/named/zones/$DOMAIN.zone
    exit 1
fi

# Verificar zona
named-checkzone $DOMAIN /var/named/zones/$DOMAIN.zone
if [ $? -ne 0 ]; then
    echo "Erro no arquivo de zona. Revertendo alterações."
    sed -i "/zone \"$DOMAIN\"/,/};/d" /etc/named.conf
    rm -f /var/named/zones/$DOMAIN.zone
    exit 1
fi

# Recarregar configuração
rndc reload

echo "Zona $DOMAIN adicionada com sucesso."

Script para Monitoramento Diário

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
#!/bin/bash
# Script para monitoramento diário do servidor DNS

# Diretório para relatórios
REPORT_DIR="/var/log/dns_reports"
mkdir -p $REPORT_DIR

# Nome do arquivo de relatório
REPORT_FILE="$REPORT_DIR/dns_report_$(date +%Y%m%d).txt"

# Função para adicionar seção ao relatório
add_section() {
    echo "=== $1 ===" >> $REPORT_FILE
    echo >> $REPORT_FILE
    eval "$2" >> $REPORT_FILE
    echo >> $REPORT_FILE
}

# Iniciar relatório
echo "Relatório de Monitoramento DNS - $(date)" > $REPORT_FILE
echo "Servidor: $(hostname)" >> $REPORT_FILE
echo >> $REPORT_FILE

# Coletar informações
add_section "Status do Serviço" "systemctl status named | head -10"
add_section "Utilização de Recursos" "ps aux | grep named | grep -v grep"
add_section "Espaço em Disco" "df -h /var/named"
add_section "Estatísticas DNS" "rndc stats && cat /var/named/data/named_stats.txt"
add_section "Consultas por Domínio" "grep 'query:' /var/log/named/query.log | awk '{print \$6}' | sort | uniq -c | sort -nr | head -20"
add_section "Clientes Mais Ativos" "grep 'client' /var/log/named/query.log | awk '{print \$4}' | cut -d'#' -f1 | sort | uniq -c | sort -nr | head -20"
add_section "Erros Recentes" "grep 'error' /var/log/named/error.log | tail -20"
add_section "Eventos de Segurança" "grep -E 'denied|refused' /var/log/named/security.log | tail -20"

# Enviar relatório por email
mail -s "Relatório DNS Diário - $(hostname)" admin@example.com < $REPORT_FILE

# Manter apenas os últimos 30 relatórios
find $REPORT_DIR -name "dns_report_*.txt" -type f -mtime +30 -delete

Automação com Ansible

O Ansible é uma ferramenta poderosa para automação de infraestrutura:

Playbook para Configuração de Servidor DNS

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
---
- name: Configurar Servidor DNS BIND
  hosts: dns_servers
  become: yes
  vars:
    bind_listen_ipv4:
      - "127.0.0.1"
      - "192.168.200.49"
    bind_allow_query:
      - "localhost"
      - "192.168.200.0/24"
    bind_zones:
      - name: "example.com"
        type: "master"
        file: "zones/example.com.zone"
        allow_transfer:
          - "192.168.200.50"
      - name: "200.168.192.in-addr.arpa"
        type: "master"
        file: "zones/200.168.192.in-addr.arpa.zone"
        allow_transfer:
          - "192.168.200.50"
  
  tasks:
    - name: Instalar pacotes BIND
      dnf:
        name:
          - bind
          - bind-utils
        state: present
    
    - name: Criar diretórios para zonas
      file:
        path: "/var/named/{{ item }}"
        state: directory
        owner: root
        group: named
        mode: '0750'
      loop:
        - zones
        - data
    
    - name: Criar diretório para logs
      file:
        path: /var/log/named
        state: directory
        owner: named
        group: named
        mode: '0770'
    
    - name: Configurar contextos SELinux
      sefcontext:
        target: "{{ item.target }}"
        setype: "{{ item.setype }}"
        state: present
      loop:
        - { target: '/var/named/zones(/.*)?', setype: 'named_zone_t' }
        - { target: '/var/log/named(/.*)?', setype: 'named_log_t' }
        - { target: '/var/named/data(/.*)?', setype: 'named_cache_t' }
      notify: Restaurar contextos SELinux
    
    - name: Configurar named.conf
      template:
        src: templates/named.conf.j2
        dest: /etc/named.conf
        owner: root
        group: named
        mode: '0640'
      notify: Reiniciar BIND
    
    - name: Configurar arquivos de zona
      template:
        src: "templates/{{ item.file | basename }}.j2"
        dest: "/var/named/{{ item.file }}"
        owner: root
        group: named
        mode: '0640'
      loop: "{{ bind_zones }}"
      notify: Recarregar BIND
    
    - name: Configurar logrotate para BIND
      template:
        src: templates/named-logrotate.j2
        dest: /etc/logrotate.d/named
        owner: root
        group: root
        mode: '0644'
    
    - name: Configurar firewall
      firewalld:
        service: dns
        permanent: yes
        state: enabled
      notify: Recarregar firewall
    
    - name: Habilitar e iniciar serviço BIND
      systemd:
        name: named
        enabled: yes
        state: started
  
  handlers:
    - name: Restaurar contextos SELinux
      command: restorecon -Rv /var/named/zones /var/log/named /var/named/data
    
    - name: Reiniciar BIND
      systemd:
        name: named
        state: restarted
    
    - name: Recarregar BIND
      command: rndc reload
    
    - name: Recarregar firewall
      command: firewall-cmd --reload

Template para named.conf

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
// named.conf gerado por Ansible
options {
    directory "/var/named";
    
    listen-on port 53 { 
         {% for ip in bind_listen_ipv4 %}
         {% raw %}{{ ip }};
         {% endfor %}
    };
    listen-on-v6 port 53 { ::1; };
    
    allow-query { 
         {% for net in bind_allow_query %}
         {{ net }};
         {% endfor %}
    };
    
    recursion yes;
    allow-recursion { 
         {% for net in bind_allow_query %}
         {{ net }};
         {% endfor %}
    };
    
    dnssec-validation auto;
    
    // Logging configuration
    logging {
        channel general_log {
            file "/var/log/named/general.log" versions 3 size 5m;
            severity info;
            print-time yes;
            print-severity yes;
            print-category yes;
        };
        
        channel security_log {
            file "/var/log/named/security.log" versions 3 size 5m;
            severity info;
            print-time yes;
            print-severity yes;
            print-category yes;
        };
        
        channel query_log {
            file "/var/log/named/query.log" versions 3 size 10m;
            severity info;
            print-time yes;
        };
        
        channel error_log {
            file "/var/log/named/error.log" versions 3 size 5m;
            severity error;
            print-time yes;
            print-severity yes;
            print-category yes;
        };
        
        category default { general_log; };
        category general { general_log; };
        category security { security_log; };
        category queries { query_log; };
        category client { general_log; };
        category network { general_log; };
        category dnssec { security_log; };
        category resolver { error_log; };
    };
};

// ACLs
acl "dns_servers" {
    localhost;
    {% for server in groups['dns_servers'] %}
    {{ hostvars[server]['ansible_default_ipv4']['address'] }};
    {% endfor %}
};

// Zone definitions
{% for zone in bind_zones %}
zone "{{ zone.name }}" IN {
    type {{ zone.type }};
    file "{{ zone.file }}";
    {% if zone.allow_transfer is defined %}
    allow-transfer { 
        {% for server in zone.allow_transfer %}
        {{ server }};
        {% endfor %}
    };
    {% else %}
    allow-transfer { dns_servers; };
    {% endif %}
    allow-update { none; };
};
{% endfor %}

// Include standard zones
include "/etc/named.rfc1912.zones";

// Include DNSSEC root key
include "/etc/named.root.key";

Conclusão e Próximos Passos

Neste sexto artigo da série, exploramos técnicas avançadas de logging, monitoramento e troubleshooting para servidores DNS BIND no Oracle Linux 9. Abordamos desde a configuração detalhada de logging até ferramentas de monitoramento e métodos sistemáticos para diagnóstico e resolução de problemas.

Um servidor DNS bem monitorado e mantido é essencial para a confiabilidade e segurança da infraestrutura de rede. As técnicas e ferramentas apresentadas neste artigo ajudarão você a identificar e resolver problemas rapidamente, garantindo alta disponibilidade e desempenho para seus serviços DNS.

O que vem a seguir?

No próximo artigo, “Configurações Avançadas do BIND: Secundário, Chroot e Alta Disponibilidade”, abordaremos:

  • Configuração de servidor DNS secundário (slave)
  • Implementação de BIND em ambiente chroot
  • Configuração de alta disponibilidade com DNS
  • Otimização de desempenho para ambientes de alto tráfego
  • Integração com DHCP para atualizações dinâmicas
  • Configuração de views para diferentes VLANs/redes
  • Implementação de políticas de resposta (RPZ)
  • Estratégias de backup e recuperação
  • Automação de configuração com ferramentas como Ansible

Não perca! Nossa jornada para dominar o DNS BIND no Oracle Linux 9 continua.

Referências e Recursos Adicionais

This post is licensed under CC BY 4.0 by the author.